quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS PRIMEIROS COLONOS ALEMÃES VIERAM PARA PETRÓPOLIS EM 1822




                       



As naus utilizadas na viagem do Porto de Dunquerque (França) ao do Rio de Janeiro


Data do ano de 1822 a primeira leva de colonos alemães que foram trabalhar em Petrópolis, na Fazenda da Mandioca. 40 famílias foram contratadas pelo médico alemão GEORG HEINRICH VON LANGSDORFF (1774-1852), e foram os primeiros colonos “braços livres” a trabalhar numa fazenda. Entre eles podem ser citados MICHAEL ZANGER, ANTON STRAMB, MARTIN KOCH, CATHARINJA FRANZ, CARL AUTENRIETH e WILHELM MÜLLER.


Alcindo Sodré ensina que a Fazenda da Mandioca existiu no primeiro quarto do século XIX, na Raiz da Serra. Seu organizador e primeiro proprietário foi um estrangeiro ilustre que realizou estudos científicos cortando em caravana os sertões do Brasil. O barão Jorge Henrique de Langsdorff, era médico formado pela Universidade de Goetingue, na Alemanha, e acatado entomologista, constando ter nascido no Grão Ducado de Baden. Como médico do princípe Waldeck, seguiu-o a Portugal, quando este foi comandar o exército português, ali introduzindo a prática da vacinação

A CAPELA DO BINGEN


                                          Foto: A Capela do Bingen. Segundo o historiador Professor Oazinguito Ferreira, citando o também Professor Jerônimo Ferreira Alves, "a Capela de Nossa Senhora Auxiliadora nasceu da devoção da boa gente do Bingen, sobretudo dos descendentes dos colonos Meyer, Justen, Winter, Troyack, Vogel, Deister e outros, , encontrando-se sua origem primitiva em numa pequena Herma, que foi edificada por João Meyer, ao final do século XIX, em ação de graças por ter se recuperado de uma enfermidade que o acometera, no morro que mais tarde seria batizado com o nome de 'São Francisco'. Em 15 de setembro de 1901, Frei Jacob O.F.M., fundou a Liga de Nossa Senhora Auxiliadora e, em 8 de outubro de 1901, D. Francisco do Rego Maia, 1 º Bispo da Diocese de Niterói, que exercia sua cátedra episcopal em Petrópolis, quando nossa cidade, em conseqüência do Decreto Consistorial, de 16 de julho de 1897, do Papa Leão XIII, sediou a Diocese fluminense, benzeu a nova capela e celebrou missa campal. Outro fato fundamental que está presente na memória dos descendentes de colonos do Bingen é o fato de que a distância para acompanhar as missas na Igreja do Sagrado era imensa para estes, uma verdadeira romaria que se realizava aos domingos e tornava cansativo para os colonos seu retorno, assim aproveitando-se da imensa dedicação de Meyer, os colonos do Bingen e seus descendentes dirigiam-se a herma considerando-a milagrosa.
Frei Jacob aproveitou-se desta fervorosidade do povo local para direcionar as obras da pequena capela, no que foi auxiliado por D. Maia que estava com a sede da diocese em Petrópolis desde a transferência da Capital, considerou justa a solicitação os moradores locais.
Podemos considerar até hoje esta capela a que reúne a maior quantidade de descendentes de colonos em Petrópolis.
Podemos observar a imagem da mesma capela nos anos 30 segundo registro do postal do Photo-Nietzsch, também pertence a coleção particular do maestro Ernani Aguiar".



Escrito por Oazinguito Ferreira às 11:28




"A Capela de Nossa Senhora Auxiliadora nasceu da devoção da boa gente do BINGEN, sobretudo dos descendentes dos colonos MEYER, JUSTEN, WINTER, TROYACK, VOGEL, DEISTER E OUTROS, encontrando-se sua origem primitiva em numa pequena Herma, que foi edificada por JOÃO MEYER, ao final do século XIX, em ação de graças por ter se recuperado de uma enfermidade que o acometera, no morro que mais tarde seria batizado com o nome de 'São Francisco'. Em 15 de setembro de 1901, Frei Jacob O.F.M., fundou a Liga de Nossa Senhora Auxiliadora e, em 8 de outubro de 1901, D. Francisco do Rego Maia, 1º Bispo da Diocese de Niterói, que exercia sua cátedra episcopal em Petrópolis, quando nossa cidade, em conseqüência do Decreto Consistorial, de 16 de julho de 1897, do Papa Leão XIII, sediou a Diocese fluminense, benzeu a nova capela e celebrou missa campal. Outro fato fundamental que está presente na memória dos descendentes de colonos do BINGEN é o fato de que a distância para acompanhar as missas na Igreja do Sagrado era imensa para estes, uma verdadeira romaria que se realizava aos domingos e tornava cansativo para os colonos seu retorno, assim aproveitando-se da imensa dedicação de MEYER, os colonos do BINGEN e seus descendentes dirigiam-se a herma considerando-a milagrosa.

Frei Jacob aproveitou-se desta fervorosidade do povo local para direcionar as obras da pequena capela, no que foi auxiliado por D. Maia que estava com a sede da diocese em Petrópolis desde a transferência da Capital, considerou justa a solicitação os moradores locais.

Podemos considerar até hoje esta capela a que reúne a maior quantidade de descendentes de colonos em Petrópolis.

Podemos observar a imagem da mesma capela nos anos 30 segundo registro do postal do Photo-Nietzsch, também pertence a coleção particular do maestro Ernani Aguiar".

(Escrito por Oazinguito Ferreira)

A FAMÍLIA DE COLONOS RAEDER




Foto: Viagem inaugural do ônibus da Cascatinha-Petrópolis, da empresa Henrique Cunha & João Raeder Co., ocorrida em 18/10/1910. Na foto, os proprietários e personalidades da época, em frente ao Palácio Amarelo da municipalidade.
(acervo do Museu Imperial).


                                      EUCLIDES RAEDER, na foto, de pé, no estribo do ônibus. 


Descendente de colonos alemães, nas primeiras décadas do século 20, EUCLIDES RAEDER era empresário do ramo de transportes, e renomado desportista na Cidade. Foi nomeado presidente da recém criada Liga de Futebol, com apoio de todos os membros e da própria junta comercial e de associações locais. Criou um transporte coletivo de luxo para a Cascatinha, satisfazendo assim o deslocamento da elite da própria região que considerava o “máximo” andar em transporte distinto do “populacho” que em sua maioria, principalmente operários, trafegavam apertado nos bondes e de forma insegura (comentários do Professor Oazinguito Ferreira).


A fotografia refere-se à viagem inaugural do ônibus da Cascatinha-Petrópolis, da empresa Henrique Cunha & João Raeder Co., ocorrida em 18/10/1910. Na foto, os proprietários e personalidades da época, em frente ao Palácio Amarelo da municipalidade (acervo do Museu Imperial).
OS COLONOS DA FAMÍLIA AULER

"...Numa daquelas treze naus que zarparam de Dunquerque às ordens de Delrue & Cia., conduzindo colonos germânicos que se destinavam a Petrópolis, viajava o casal HENRIQUE PEDRO AULER e MARIA MARGARIDA AULER, ele
 natural de Laudert, St. Goar, Koblenz. Em agosto de 1845, instalava-se o par no prazo 1626 do Quarteirão Castelânea, na Imperial Colônia serrana".

GUILHERME AULER, criador do Clube 29 de Junho, era bisneto destes colonos, filho de CRISTOVÃO GUIILHERME, casado com a espanhola ÂNGELA MARTINEZ, e radicado em Recife, onde nasceu em 6 de janeiro de 1914.

GUILHERME AULER, "através de matérias não assinadas ou por ele firmadas, ou ainda sob o pseudônimo de Ricardo Martin, procurou reanimar os arraiais germânicos de Petrópolis, tão duramente castigados pelas injustas perseguições durante a Segunda Guerra Mundial, abrindo-lhes espaços enormes na Tribuna onde pela primeira vez realizou-se um trabalho sistemático e metódico sobre a colonização desta urbe..."

(Maria de Fátima Moraes Argon, IHP -http://ihp.serraplanweb.com.br/site/ )
OS COLONOS DA FAMÍLIA BOELLING

"Carl Boelling, * Kirchelden - Alemanha por volta de 1812 e +...?, x Kirchelden - Alemanha por volta de 1840 com Elisabeth Hoefer (ou Huter), * Alemanha em 1822 e + Petrópolis em 03/12/1855.
Pais de:
I-1. Jos
ephine Boelling, * Kirchelden - Alemanha em 1841 e +...?, x Petrópolis em 27/10/1857 com Ulysses Dauphin, * na Província de Champagne - França por volta de 1831 e +...?, filho de Basile Dauphin e de Marie Sophie Vigne.
Pais de:
II-1. Maria Amélia Dauphin, * 12/12/1860, bat. (L. 4 - p. 70 v.) em 02/06/1863 e +...?.
II-2. Eugenio Dauphin, * 12/03/1862, bat. (L. 4 - p. 70 v.) em 02/06/1863 e +...?.
I-2. Aureliano Boelling, * Petrópolis em 1846 e + Petrópolis em 14/12/1855.
I-3. Anna Margareth Boelling, * Petrópolis em 1849 e + Petrópolis em 17/12/1855.
I-4. Johannes Boelling, * Petrópolis em 06/11/1851 e + Petrópolis em 02/12/1855".

(Paulo Roberto Martins de Oliveira - IHP -http://ihp.serraplanweb.com.br/site/)
OS COLONOS DA FAMÍLIA SIXEL

"No mês de agosto do ano de 1845, chegaram na Imperial Colônia Germânica de Petrópolis dois colonos da família SIXEL. MICHAEL e GEORGE SIXEL - eram irmãos e vieram de onde nasceram - Aldeia de Horn - Prússia - A
lemanha. Que com esposas e filhos integraram-se à colonização.

Hoje os seus descendentes ocupam a sétima geração e encontram-se em sua maioria radicados nos seguintes bairros de Petrópolis: Darmstadt, Bingen, Duarte da Silveira (antigo Quarteirão Woerstadt), Mosela e centro da cidade. Além de diversas cidades fluminenses e outros estados brasileiros. Têm-se notícias de que alguns SIXEL vivem na Alemanha - terra natal destes colonos pioneiros.

Os descendentes de MICHAEL SIXEL dedicaram-se ao ramo de “segearia” (fabricação e reforma de carruagens, carroças e veículos muares em geral) e de hotelaria.

Os descendentes de GEORGE SIXEL dedicaram-se ao ramo da construção civil, atendendo a construções de residências, indústrias e outras.

Os descendentes destas duas famílias colaboraram e continuam colaborando para o desenvolvimento da nossa cidade. Educaram seus filhos e hoje muitos destacam-se na sociedade petropolitana.

...

Para um melhor conhecimento histórico destas duas grandes famílias, sugiro que leiam as Tribunas de Petrópolis de: 27 e 29/11/1994, 13 e 27/12/1994, 03, 10 e 17/01/1995".

(Paulo Roberto Martins de Oliveira - IHP -http://ihp.serraplanweb.com.br/site/)

terça-feira, 16 de outubro de 2012


AS FAMÍLIAS SÁ E JUSTEN




Foto das famílias SÁ e JUSTEN, datada de 1913, em frente do armazém de FRANCISCO DE SÁ, que se localizava em frente onde hoje se encontra a ponte de acesso para o Hospital da Unimed, no Bairro Bingen.

Na foto, sentados na primeira fila, a matriarca CATHARINA ELISABETH DE SÁ (vó Mutreca), ao lado de seu filho FRANCISCO DE SÁ I e de sua esposa JOAQUINA TORRES DE SÁ.

De pé, na última fila, podem ser vistos, da esquerda para a direita, FRANCISCO DE SÁ II, o outro filho do casal Antonio Augusto e JULIA JUSTEN DE SÁ, esta última, com a filha Vitalina ao colo e ANTONIO AUGUSTO DE SÁ, tendo ao lado seu irmão BERNARDINO DE SÁ, ambos igualmente filhos do casal Antonio Augusto e Julia Justen de Sá.

À direita, na parte de cima, podem ser vistos JOAQUINA DE SÁ MORELLI, a outra filha do casal Antonio Augusto e Julia Justen de Sá, tendo, ao lado, seu marido, VENTURA MORELLI.






A FAMÍLIA DE COLONOS MONKEN


Na "Relação dos colonos alemães vindos por conta do governo da província do Rio de Janeiro, e que existem atualmente em Petrópolis", de 1859, publicada por Guilherme Auler, somente consta o colono GUILHERME MONKEN, que veio para a Imperial Colônia de Petrópolis acompanhado de sua mulher e oito filhos, tendo recebido o Prazo de Terras nº 620, do Quarteirão Nassau.

Entretanto, consta que JACÓ MONKEN recebeu o Prazo nº 621 do mesmo Quarteirão, JOÃO JOSÉ MONKEN o de nº 672, enquanto HENRIQUE JOSÉ MONKEN, o de nº 673. 

HENRIQUE JOSÉ foi professor de escola pública criada pelo MAJOR KOELER.

 

                                           Família Monken (acervo fotográfico do Museu Imperial)







[i] FRÓES, José Kopke. Primeiros Tempos da Instrução Pública em Petrópolis. Tribuna de Petrópolis, 29 de junho de 1945.
DE QUE REGIÃO VIERAM E COMO VIERAM OS EMIGRANTES ALEMÃES QUE COLONIZARAM PETRÓPOLIS?

Os imigrantes alemães que vieram para Petrópolis saíram do Estado da Renânia-Palatinado, e embarcaram no porto francês de Dunquerque, junto ao Canal da Mancha. Parte do caminho era realizado em carroças e cavalos. A viagem para o Brasil era em navio a vela, geralmente de bandeira francesa. Chegando ao Porto do Rio de Janeiro, eles eram submetidos à quarentena e a exames de identificação, dentre eles “o certificado 
de cidadania brasileira” e a renúncia da cidadania alemã, pois “as autoridades não queriam que emigrantes arrependidos voltassem para sua terra natal”. Data do ano de 1822 a primeira leva de colonos alemães que vieram trabalhar em Petrópolis, na Fazenda da Mandioca. Quarenta famílias foram contratadas pelo médico Georg Heinrich von Langsdorff (1774-1852), e foram os primeiros colonos “braços livres” a trabalhar numa fazenda. Entre eles podem ser citados MICHAEL ZANGER, ANTON STRAMB, MARTIN KOCH, CATHARINA FRANZ, CARL AUTENRIETH e WILHELM MÜLLER.

A FAMÍLIA DE COLONOS VOGEL

Segundo o pesquisador Paulo Roberto Martins de Oliveira, "A presença dos primeiros VOGEL no Brasil aconteceu entre 1822 e 1831, quando ocorreu a contratação de militares estrangeiros, principalmente os do povo germânico, pa
ra a formação do Exército Imperial. Entre os militares germânicos vieram: Philipp, Ernst e Heinrich Vogel. Os 3 eram soldados, sendo que o último também tinha a função de corneteiro, e faziam parte do 2º Batalhão de Granadeiros.

Podemos assinalar que muitos do apelido VOGEL, além dos colonos contratados para Petrópolis - RJ, vieram em várias épocas para as colônias do Rio Grande do Sul - RS, Santa Catarina - SC e Minas Gerais - MG.

Das 456 famílias germânicas colonizadoras da Imperial Fazenda / Colônia que chegaram à Petrópolis a partir de 29 de junho de 1845, havia duas de apelido Vogel: as dos colonos Christian e Anton VOGEL. Além destas, outros com suas famílias chegaram mais tarde. Eram colonos e descendentes de colonos de outras colônias, como Augusto Vogel de Blumenau - SC e Jonas Adalberto Vogel de Teófilo Otoni - MG." (mais informações no site do Instituto Histórico de Petrópolis: http://ihp.serraplanweb.com.br/site/)
POR QUÊ O GOVERNO IMPERIAL FOI ATRÁS DOS COLONOS ALEMÃES? 

A filha de Francisco II, último Imperador do Sacro Império Romano de Nação Alemã, também conhecido como Francisco I, primeiro Imperador da Áustria, da Casa dos Habsburgos, era nada
 mais nada menos do que a Imperatriz Leopoldina, casada com o nosso Imperador Pedro I. Muito amada pelo povo brasileiro, que consideravam-na uma “mãe”, ela era, então, uma princesa germânica, certamente tendo apoiado a imigração de seu povo.

No primeiro quarto do século XIX, o Brasil precisava defender suas fronteiras ao sul do País de constantes invasões. Naquela época, os açorianos, então “donos” do Rio Grande, eram, também, os “eternos vigilantes”. Afirmava-se que "dormiam com um olho só; o outro estava sempre aberto para ver o inimigo chegar".

Era preciso então colonizar o sul. Mas onde buscar os colonizadores?

Não podíamos pensar nos portugueses, de quem acabáramos de nos emancipar. Muito menos nos espanhóis, por serem os inimigos naquela região. Quanto aos franceses, já haviam invadido o Rio de Janeiro, fundando a “França Antártica”, o mesmo tendo ocorrido com os ingleses, que igualmente haviam tentado instalar-se no Brasil. Finalmente, os holandeses permaneceram longos 24 anos no Nordeste. Assim, dos povos europeus que nos interessava a colonização, restou a Alemanha, e certamento pesou a escolha o fato de ser a alemã a mesma nacionalidade da Princesa Leopoldina.

"A Prússia, que depois integraria a Alemanha, tinha um exército reconhecido e admirado por D. Pedro I, cujas tendências militaristas eram conhecidas. O Brasil precisava de soldados, já que os portugueses, com a Independência, haviam voltado para Portugal. Quem defenderia o Brasil? D. Pedro I interessou-se por mercenários alemães e, provavelmente, para não ser notado esse “movimento militarista”, passou a contratar também colonos que ocupariam as terras sulinas".

A experiência foi imitada em Petrópolis a partir de 1843, mas foram outros tipos de colonos que para lá foram. Nada de soldados, mas sim artífices e operários.

(com base em texto do prof. Telmo Lauro Muller, diretor do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo -http://www2.brasilalemanha.com.br/1824_antes.htm)
QUAL A LÍNGUA QUE FALAVAM OS IMIGRANTES ALEMÃES QUE VIERAM PARA PETRÓPOLIS?

A grande maioria dos imigrantes alemães que veio para Petrópolis é originária do Estado da Renânia-Palatinato, sendo eles o maior grupo que emigrou para o Brasil. Eles "são os falantes do Mosel - e Rheinfränckisch e Pfälzisch". 

Em segundo lugar, são apontados os alemães "falantes de Pommerisch, que vêm do nordeste alemã
o", que "se estabeleceram, principalmente, no Espírito Santo, em Santa Catarina e no sul do Rio Grande do Sul".

Em terceiro lugar "vêm os imigrantes que falavam o Westfälisches Platt. Esse é, até hoje, falado na região do Vale do Taquari e é conhecido aqui, no Brasil, como 'sapato de pau'. Na Alemanha, eles se localizavam no noroeste, na região onde fica o estado de Nordrhein-Westfallen".

Os pesquisadores apontam algumas variantes dos dialetos acima, tais como como: Sächsisch, Österreichisch, Hessisch, Alemannisch e Berlinisch, que são faladas raramente por apenas algumas pessoas ou famílias.

O dialeto conhecido como "Hunsrückisch" é apontado como "uma língua que possui traços de todos os dialetos germânicos", sendo conhecido como "uma nova língua", que "uniu e pegou características de todos os dialetos falados no Sul do Brasil".

(Fábio Anschau - Licenciado em Letras: português/alemão pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS -https://sites.google.com/site/familiaanschau/ohunsruck)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Relação dos colonos alemães vindos por conta do governo da província do Rio de Janeiro, e que existem atualmente em Petrópolis: (1) (1859)

1) Henrique Pedro AULER, sua mulher e três filhos (*)
2) João Pedro AULER, sua mulher e quatro filhos (*)
3) Matias ADAMS, sua mulher e dois filhos
4) Paulo ANDRÉS, sua mulher e sete filhos
5) André ALFELD, sua mulher e cinco filhos
6) Jacó BRAHN, sua mulher e três filhos (*)
7) Francisco Xavier BUMB, sua mulher e dois filhos
8) João Pedro BAUER – I, sua mulher e dois filhos (*)
9) Baltazar BECKER, sua mulher e dois filhos
10) Cristovão BENDER, já falecido; existem sua mulher e sete filhos
11) Miguel BENDER – I, sua mulher e uma filha (*)
12) Miguel BENDER – II, sua mulher e três filhos
13) João BARLANDY, veio solteiro
14) Jacó BAUNGAERTNER, idem, idem (*)
15) Pedro BORNIGER e sua mulher
16) Cristóvão BLUM, viúvo, com dois filhos
17) Matias BIEHL, sua mulher e seis filhos
18) João BURGER, sua mulher e quatro filhos
19) João BORRÉ, viúvo, com dois filhos
20) Filipe BLATT, sua mulher e dois filhos (*)
21) Francisco BLATT, veio solteiro (*)
22) Elisabeth BLATT, veio solteira
23) Guilherme BOLLER, veio solteiro
24) Conrado BERR, já falecido, existe um filho
25) Jacó BERR, sua mulher e três filhos (*)
26) Nicolau BENCHEL, já falecido, existem sua mulher e cinco filhos
27) Frederico BOLLER, falecido, existem cinco filhos (*)
28) José BALTER, sua mulher e dois filhos (*)
29) Jacó BECK, sua mulher e dois filhos
30) Adão BAUER e sua mulher, esta já falecida
31) João Pedro BAUER – II, sua mulher e um filho (*)
32) José BRAND, viúvo, com cinco filhos
33) Jacó BOEFF, veio solteiro (*)
34) Carlos BOELLING, viúvo, com uma filha (*)
35) JACÓ BURGER e sua mulher (*)
36) Henrique BLUY, veio solteiro
37) João Pedro BACH, idem, idem (*)
38) Jacó BRAUN, sua mulher e cinco filhos (*)
39) João Adão BEUREN
40 André BENDER, falecido, existem a viúva e um filho
41) Adão BRAND, sua mulher e seis filhos
42) Dorotéa BACH, veio solteira
43) Pedro José CRATZ, idem, idem (*)
44) Jacó CASPER, idem, idem
45) Cristóvão CAPALO, sua mulher e dois filhos (*)
46) Filipe CASTOR, falecido, existem a mulher e três filhos
47) João CHRIST, sua mulher e seis filhos (*)
48) Cristiano COLING, sua mulher e quatro filhos (*)
49) Cristovão COCHENS, sua mulher e três filhos
50) Nicolau CLAUDY, falecido, existem a viúva e dois filhos
51) Guilherme CARL, viúvo, com dois filhos (*)
52) Carlos COBER e sua mulher
53) João Pedro CARL – II, sua mulher e dois filhos
54) João Pedro CARL – I, falecido, existem a viúva e dois filhos
55) José CARL, sua mulher e um filho (*)
56) Pedro CAPAUN, sua mulher e quatro filhos
57) J. G. DEROCHE, veio solteiro
58) Martinho DEISTER, sua mulher e quatro filhos (*)
59) Frederico DEIBERT, sua mulher e seis filhos (*)
60) Martinho DUPONT, sua mulher e cinco filhos (*)
61) Carlos DORR, viúvo, com dois filhos (*)
62) Filipe DORR, sua mulher e quatro filhos (*)
63) DANIEL DOHN, sua mulher e dois filhos
64) Filipe DIETZ, sua mulher e quatro filhos
65) Pedro DAHLEN, falecido, existem a viúva e uma filha (*)
66) João DUPRÉ, viúvo, com seis filhos (*)
67) Pedro DEOBALD, sua mulher e quatro filhos (*)
68) Nicolau DIETRICH e sua mulher, ambos falecidos, existem dois filhos (*)
69) Jorge DIEL, sua mulher e um filho
70) Reinaldo DELVO, sua mulher e cinco filhos
71) Filipe EIFFLER, sua mulher e três filhos
72) Antonio ESCH, sua mulher e cinco filhos (*)
73) Filipe ERBES, viúvo, com sete filhos
74) Frederico ERBES, sua mulher e uma filha
75) Teodoro EPPINHAUS, ausente, existem aqui dois filhos (*)
76) Matias ELBERT, sua mulher e sete filhos (*)
77) Pedro EV, falecido, existem viúva e um filho
78) Wendel EBELING, falecido, existem a viúva e três filhos
79) Frederico Pedro ESSINGER, viúvo, com três filhos
80) Adão ESPENSCHEID, falecido, existem a viúva e dois filhos
81) Jacó EBERHARDT, sua mulher e quatro filhos
82) Viúva Catarina EINSFELD, com quatro filhos
83) Cristiano EXEL, veio solteiro (*)
84) Adão ECKHARDT, sua mulher e quatro filhos (*)
85) Nicolau ECHTERNACHT, sua mulher e três filhos (*)
86) João José EBERTZ, sua mulher e dois filhos
87) Nicolau EBERTZ, sua mulher e dois filhos (*)
88) Pedro Teodoro FORSTER, sua mulher e três filhos (*)
89) Paulo FLIES, falecido, existem quatro filhos (*)
90) Bárbara FECHER, viúva, com três filhos (*)
91) Apolinário FREDERICH, falecido, existe a viúva e três filhos
92) João Pedro FLAESCHEN, sua mulher e ci2co filhos
93) Jacó FELDMANN, falecido, existe a viúva3
94) Maximiano José GUDEHUS e sua mulher (*)
95) João Filipe GOELLER, falecido, existem a viúva com três filhos
96) João GUTTMANN, sua mulher e cinco filhos
97) Matias GOETTNAUER, falecido, existem a viúva e quatro filhos (*)
98) Matias GOEHL, sua mulher e dois filhos
99) Jacó Jorge GERHARD, sua mulher e três filhos
100) João Jacó ALT, veio solteiro
101) João André GEORGE, viúvo com cinco filhos (*)
102) João Pedro GREGORIUS – I, sua mulher e quatro filhos
103) João GROESS, sua mulher e cinco filhos
104) Margarida GUENSTER, viúva, com um filho
105) João GOETTNAUER, sua mulher e uma filha (*)
106) Estevão GEHREN, sua mulher e quatro filhos
107) Nicolau GORRIUS, sua mulher e três filhos
108) Joaquim GLASSOW, sua mulher e três filhos (*)
109) João Adão GROEFF, sua mulher e uma filha (*)
110) Jorge GABRICH, sua mulher e sete filhos
111) Valentim GUIGER, falecido, existe aqui um filho
112) Maria Eva GEOFFRAY, viúva, tem cinco filhos (*)
113) Frederico GOETZ, veio solteiro (*)
114) Nicolau GALL, sua mulher e quatro filhos (*)
115) Jacó GROTZ, falecido, existem dois filhos (*)
116) Francisco GIMBEL, veio solteiro (*)
117) João Pedro GREGORIUS – II, sua mulher e dois filhos
118) Adão HOELZ, sua mulher e três filhos (*)
129) Pedro HUSCH, sua mulher e três filhos (*)
120) Jacó Frederico HOENES, sua mulher e cinco filhos (*)
121) Cristóvão HOFFMANN, sua mulher e quatro filhos
122) José HEHN, sua mulher e três filhos
123) Paulo HEHN, veio solteiro (*)
124) João HIPPERT, veio solteiro (*)
125) Matias HINNERSCHEID, sua mulher e três filhos
126) Frederico HENNEMANN, falecido, existem a viúva e dois filhos
127) Jodocus HOMBACH, veio solteiro
128) Nicolau HARRES, falecido, existem a viúva com sete filhos (*)
129) Cristiano HEES, sua mulher e três filhos (*)
130) Pedro Matias HINKEL, sua mulher e dois filhos (*)
131) Filipe HILL, viúvo, com cinco filhos
132) Henrique Davi HEIDRICH, falecido, existem a viúva e três filhos
133) João Daniel HEIDRICH, falecido, existe a viúva
134) Pedro HARTMANN, sua mulher e três filhos (*)
135) Pedro HANSEN, sua mulher e dois filhos
136) João HILLEN, sua mulher e dois filhos (*)
137) Cristóvão HILGERT, sua mulher e quatro filhos
138) Jorge HAUBRICH, sua mulher e três filhos
139) João Pedro HAMMES, veio solteiro
140) Francisco HAPPE, veio solteiro (*)
141) Lourenço HAMMES e sua mulher
142) Catarina HOEFNER, veio solteira
143) João Adão HAMMES, sua mulher (*)
144) José IDSTEIN, falecido, existe um filho
145) Pedro JACOBY, sua mulher e dois filhos (*)
146) João Adão JOCHEN, falecido, existe a viúva
147) Frederico JOCHEN, veio solteiro
148) Filipe Pedro JUNG, sua mulher e três filhos
159) José JAHN e sua mulher (*)
150) André JUSTEN, sua mulher e dois filhos (*)
151) João Pedro JUSTEN e sua mulher
152) Henrique JUNG, sua mulher e dois filhos (*)
153) Jacó JORAS, falecido, existem dois filhos
154) Adão JANTZ e sua mulher (*)
155) Frederico KUHN, falecido, existe um filho (*)
156) Pedro KREMER, falecido, existem a viúva e quatro filhos (*)
157) João Jacó KRAMM, veio solteiro
158) Miguel KOTZER, falecido, existem a viúva e três filhos (*)
159) Pedro KURTENBACH, falecido, existem a viúva e dois filhos
160) João KORNDOERFER, sua mulher e três filhos (*)
161) João KUSTERMANN, sua mulher e três filhos (*)
162) Cristovão KLEIN, sua mulher e um filho (*)
163) Magnus KEUPER, sua mulher e quatro filhos
164) Maria Catarina KEUPER, veio solteira
165) João Magnus KLING, falecido, existem a viúva e sete filhos
166) João Filipe KECK, falecido, existem quatro filhos (*)
167) Jacó KAPPLER, sua mulher e quatro filhos
168) Conrado KNIPPEL, veio solteiro (*)
169) Cristiano KREIS, sua mulher e três filhos (*)
170) João KRAMM, sua mulher e quatro filhos
171) Carlota KRESCHMER e três filhos (*)
172) Nicolau KRINGS, sua mulher e um filho
173) Sebastião KIRCHEN, sua mulher e um filho
174) João Filipe KALLENBACH, sua mulher e cinco filhos (*)
175) Leonardo KNUTH, veio solteiro
176) João KOPP, sua mulher e quatro filhos (*)
177) Miguel KREMER, sua mulher e cinco filhos
178) Cristiano KEUPER, sua mulher e dois filhos
179) Antonio KEMP – II, sua mulher e quatro filhos
180) Pedro KRAUTKREMER, falecido, existem a viúva e quatro filhos
181) Antonio KREBS, sua mulher e dois filhos (*)
182) João KREBS, sua mulher e um filho (*)
183) João KORTH, viúvo, com dois filhos
184) João KONFLANZ, viúvo, com cinco filhos
185) Frederico KRAEMER, sua mulher e três filhos (*)
186) João KRAUS, falecido, existem a viúva com cinco filhos
187) Nicolau KAPPES, sua mulher e cinco filhos
188) Antonio KNEIP, sua mulher e quatro filhos
189) Filipe KNEIP, sua mulher e dois filhos
190) Henrique KREMER, sua mulher e três filhos (*)
191 Pedro KRONENBERGER, sua mulher e seis filhos (*)
192) Nicolau KNIEBEL, sua mulher e seis filhos
193) Elisabeth KREISCHER, viúva, com cinco filhos
194) Francisco Guilherme KIND, sua mulher e dois filhos
195) Adolfo KNUTH, sua mulher e seis filhos (*)
196) José KNECHT, falecido, existem a viúva e dois filhos
197) João LOOS, viúvo, com quatro filhos (*)
198) Guilherme LUEBE, sua mulher e três filhos (*)
199) Pedro Jacó LATSCH, sua mulher e quatro filhos (*)
200) Adão LAUTERBACH, sua mulher e quatro filhos (*)
201) Maria LOCHEN, viúva, com um filho
202) Filipe LITTIG, falecido, existem cinco filhos
203) André LITTIGER, sua mulher e três filhos
204) Pedro LORANG, sua mulher e três filhos (*)
205) Pedro LAEBSCH, sua mulher e cinco filhos (*)
206) Carlos LANGE, veio solteiro (*)
207) Filipe LINK, sua mulher e seis filhos
208)Filipe LAUERSWEILER, sua mulher e três filhos
209) Elisabeth LINDEN, viúva, com três filhos
210) Jacó LUCAS, falecido, existem três filhos
211) Guilherme MONKEN, sua mulher e oito filhos (*)
212) Ana Maria MEBUS, viúva, com cinco filhos
213) Guilherme MEBUS, veio solteiro
214) Augusto MEBUS, idem, idem (*)
215) João Jacó MAEKER, sua mulher e dois filhos
216) Adão MUSSEL, sua mulher e três filhos
217) João MAEHLICH, sua mulher e três filhos (*)
218) Martinho MAUL, sua mulher e quatro filhos (*)
219) Jacó MALMANN, sua mulher e quatro filhos
220) Melchior MAHLER, viúvo, com três filhos (*)
221) Maria MOLTER, viúva, com dois filhos (*)
222) Henrique Pedro MOLTER – II, veio solteiro (*)
223) Filipe MARTINI, sua mulher e três filhos
224) Jacó MUELLER, sua mulher e três filhos
225) João Pedro MEES, sua mulher e quatro filhos
226) Antonio MAEURER e sua mulher
227) Henrique MARX, sua mulher e três filhos (*)
228) João MORSCH, sua mulher e dois filhos
229) Jacó MUNDSTEIN, sua mulher e dois filhos
230) Ana Maria MAEHLER, viúva, com dois filhos
231) Pedro MAIWORM, sua mulher e sete filhos
232) João MATHIAS, sua mulher e dois filhos
233) Pedro MALMANN, sua mulher e cinco filhos
234) André MUENICH, sua mulher e três filhos
235) Margarida NEUMANN, viúva, com quatro filhos (*)
236) Teodoro NIENHAN, sua mulher e um filho (*)
237) João NEISINE, falecido, existe a viúva com quatro filhos
238) Catarina NICHTERN, viúva, com dois filhos (*)
249) Jacó NICOLAY, sua mulher e oito filhos (*)
240) Elisabeth NOEL, viúva, com seis filhos
241) Bernardo ORTH, sua mulher e seis filhos
242) Filipe OHLWEILER, sua mulher e cinco filhos (*)
243) Conrado PFEIFER, sua mulher e três filhos (*)
244) Antonio PLENZ, sua mulher e um filho
245) Bernardo PITZER, sua mulher e quatro filhos (*)
246) Guilherme PHILIPI, sua mulher e dois filhos
247) Maria Eva PLAZ, viúva com dois filhos
248) Miguel RETZ, sua mulher e uma filha
249) Antonio RETZ, sua mulher e três filhos
250) João Pedro RENZLER, veio solteiro (*)
251) Henriqueta RIPPEL, viúva com três filhos (*)
252) José Henrique RAEDER, sua mulher e sete filhos (*)
253) Henrique REITH, sua mulher e quatro filhos (*)
254) Catarina REISINGER, viúva, com dois filhos
255) Jorge RICHTER, sua mulher e três filhos
256) Adão ROSENBERG, sua mulher e cinco filhos
257) Margarida REINFEID, viúva, com cinco filhos (*)
258) Francisco Antonio RUHL, veio solteiro (*)
259) Henrique RABLAIS, sua mulher e cinco filhos (*)
260) Filipe REITZ e sua mulher (*)
261) Nicolau ROSENBACH, sua mulher e três filhos
262) Nicolau REINGANZ e sua mulher
263) Antonio RICKES, sua mulher e três filhos (*)
264) Jacó ROUX, sua mulher e dois filhos
265) Catarina SCHWARZ, viúva, com três filhos
266) Henrique SUTTER, sua mulher e cinco filhos (*)
267) Guilherme SCHANNUEL, viúvo, com três filhos (*)
268) Valentim SCHEID, sua mulher e cinco filhos (*)
269) Leonardo SCHWEKART, veio solteiro
270) Valentim SPERLE, sua mulher e dois filhos (*)
271) João SCHMITT, sua mulher e dois filhos (*)
272) João SURERUS, sua mulher e seis filhos (*)
273) Nicolau SCHAEFER, sua mulher e cinco filhos
274) Werner SCHUMACHER, veio solteiro
275) Cristóvão STAZNER, viúvo, com três filhos
276) Jorge Frederico SCHMIDT, veio solteiro
277) Filipe STUMPF, sua mulher e dois filhos
278) João SCHWABENLAND, sua mulher e seis filhos (*)
279) João Guilherme SCHMIDT, falecido, existem quatro filhos (*)
280) Juliana Elisabeth SCHWEIKART, viúva, com cinco filhos
281) João Jacó SCHILD, veio solteiro
282) Pedro SCHWEITZER, idem, idem (*)
283) Guilherme SINDORF, veio solteiro
284) Felipe SINDORF, veio solteiro
285) Ana Verônica SINDORF, veio solteira
286) Carolina Frederica SIXEL, viúva, com cinco filhos (*)
287) Carlos Frederico STUMM e sua mulher (*)
288) Pedro José SCHUNK, veio solteiro
290) João STRAUB - I, sua mulher e cinco filhos
290) Pedro SCHIMMELS, veio solteiro
291) Simão STOELBEN, falecido, existem a viúva com três filhos (*)
292) Jacó STINBORN, sua mulher e três filhos (*)
293) Pedro José SIMÃO, sua mulher e dois filhos
294) Jacó SUESS, falecido, existem viúva e três filhos
295) Nicolau SCHMITZ, sua mulher e dois filhos (*)
296) João SCHNEIDER e sua mulher
297) Adão STUETZEL, sua mulher e cinco filhos
298) Henrique SINDORF, sua mulher e três filhos
299) Antonio STOFFEL, falecido, existem a viúva com quatro filhos (*)
300) José SATTLER, falecido, existem a viúva e três filhos (*)
301) Miguel SILBERNAGEL, sua mulher e quatro filhos (*)
302) Pedro SCHMIDT, sua mulher e dois filhos
303) João Nicolau SCHMIDT, veio solteiro
304) Alois SISTERHEN, sua mulher e três filhos (*)
305) Catarina SCHNOENECK, viúva, com quatro filhos
306) Pedro SCHROEDER, sua mulher e dois filhos
307) João SCHWEICKART, sua mulher e três filhos (*)
308) Carlos STRAUB, sua mulher e quatro filhos
309) João STRAUB - II, sua mulher e um filho
310) Paulo STUMPF, sua mulher e quatro filhos (*)
311) Pedro STOFFEL, sua mulher e quatro filhos
312) João SCHUNK e sua mulher
313) Nicolau STADLER, sua mulher e três filhos (*)
314) André SIMÃO, sua mulher e cinco filhos (*)
315) Pedro SCHMITZ, sua mulher e dois filhos
316) João SAUER, sua mulher e dois filhos (*)
317) Carlos SCHERER, sua mulher e quatro filhos (*)
318) Jacó SCHORSCH, falecido, existem seis filhos
319) Jacó TOMAS, sua mulher e seis filhos (*)
320) João Jorge TANAIN, sua mulher e dois filhos
321) Matias THEIS, viúvo, com três filhos (*)
322) Matias THEISEN, sua mulher e três filhos (*)
323) Margarida TANEIN, veio solteira
324) Antonio FERNES, sua mulher e três filhos
325) Jacó TROYACK, sua mulher e cinco filhos
326) Nicolau THEOBALD, falecido, existem quatro filhos
327) Nicolau VOGT, veio solteiro
328) Francisco Antonio VONES, viúvo, com cinco filhos
329) Antonio VOGEL, sua mulher e seis filhos (*)
330) Filipe WAGNER, sua mulher e dois filhos
331) Matias WEYAND, sua mulher e quatro filhos (*)
332) Joana Adelaide WICHERS, viúva, com três filhos (*)
333) Margarida WAGNER, viúva, com sete filhos
334) Jacó WAGNER, veio solteiro
335) Cristiano WAGNER, sua mulher e três filhos (*)
336) João José WAGNER, sua mulher e dois filhos (*)
337) Filipe WINDHEISER, sua mulher e dois filhos (*)
338) Jacó WILBERT, sua mulher e quatro filhos
339) Bernardo WALDHELM, sua mulher e quatro filhos (*)
340) João Frederico WILDBERGER, veio solteiro (*)
341) Jorge Cristiano WEBLER, sua mulher e sete filhos (*)
342) Miguel WEITZEL, sua mulher e quatro filhos (*)
343) Catarina WENDLING, viúva, com dois filhos
344) Baltasar WEBER, falecido, existem viúva com quatro filhos
345) João WOELBERT, sua mulher e quatro filhos
346) Jacó WIRSCH, sua mulher e três filhos (*)
347) Carlos WEBER, sua mulher e três filhos (*)
348) Pedro WECKMUELLER, sua mulher e três filhos
349) João José WENDLING, sua mulher e cinco filhos (*)
350) Frederico WETZLER, falecido, existem três filhos
351) Pedro WEINEN, sua mulher e uma filha
352) Catarina WERNER, viúva, com três filhos (*)
353) Pedro WERKHEISER, sua mulher e quatro filhos (*)
354) Nicolau WEIRICH, falecido, existem quatro filhos
355) João WEBER, viúvo, com quatro filhos
356) Henrique WINTER, viúvo, com uma filha (*)
357) Pedro WILLENS, veio solteiro (*)
358) Madalena WILLENS, veio solteira
359) Guilherme WOLF, sua mulher e quatro filhos (*)
360) Frederico ZERBAN, sua mulher e três filhos (*)
361) João ZACKER, falecido, existem a viúva, com dois filhos
362) André ZOEBUS, sua mulher e três filhos (*)

São trezentas e setenta e duas famílias que existem atualmente, entre os quais se acham naturalizados brasileiros cento e setenta e seis, cujos nomes estão aqui marcados com (x) esta marca (2)
Diretoria da Imperial Colônia de Petrópolis, em 27 de Dezembro de 1859.
(assinado) João Rangel de Vasconcelos D’Antas, E.C. de D. servindo de Diretor
(Arquive-se. Diretoria da Imperial Colônia de Petrópolis, 30 de Dezembro de 1859. (a) Vasconcelos D’Antas).
(1) A lista foi publicada na Tribuna de Petrópolis, edição do dia 1º de janeiro de 1958; o exemplar foi cedido pelo Sr. Roberto Dilly, Presidente do Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly, em Juiz de Fora, que autorizou esta divulgação, desde que citada a fonte.
(2) O texto reproduzido fala em “tresentos e setenta e dois”, embora o número total listado seja trezentos e sessenta e dois.
Obs:
a) Essas famílias fazem parte das que vieram para Petrópolis em 1845.
b) a lista não está em ordem alfabética perfeita.”
1857 - OS SALÕES DO HOTEL BRAGANÇA E SUISSO EM PETRÓPOLIS

"As festas e representações eram, até então, realizadas, alternadamente, nos salões do Hotel Bragança e Suisso. Havia, pois, ambiente propício para a criação de um teatro, cuja necessidade todos reclamavam.

Em setembro de 1857, é organizada uma sociedade por ações com a finalidade de construir o Teatro, iniciando-se as obras imediatamente. 

A 3 de outubro, assim se expressava o Mercantil:

“O que nos faltará, pois? ... Temos uma estrada de ferro e duas companhias de carros para o trânsito na serra; temos um telégrafo; temos duas tipografias; temos sociedades de bailes; temos clube de corridas; e finalmente, um Teatro!!!”

A 7 de novembro, informava o mesmo Mercantil achar-se a obra quase concluida e elogia “o bom gosto e elegância de suas disposições”

No seguinte mês de dezembro, no dia 5, era anunciado, então, o fim da construção, sendo esperado para muito breve a inauguração do Teatro com a Companhia de João Caetano.

Mas o teatro seria inaugurado no dia 8 de dezembro de 1857, não companhia de João Caetano, e sim com um espetáculo da companhia dramática do ator Florindo Joaquim da Silva".

(acervo de GKF)
O ANTIGO VERÃO EM PETRÓPOLIS

Muitos veranistas frequentavam "... o Ideal-Clube, sociedade dançante situada na avenida principal, e onde se nota tudo, menos pessoas de cor, predominando `alemanzinhas` dos quarteirões e empregadinhas domésticas.

As damas têm entrada grátis, os cavalheiros pagam dois mil reís, e no bufê a única bebida espirituosa permitida à venda é a cerveja.

Uma banda
 civil dá os acordes do compasso para as valsas, as chótices e as mazurcas. As raparigas dão a nota alegre na cor berrante dos vestidos com que se destacam e na garrulice das suas expressões ingênuas e joviais, colocando-se de pé, em face das cadeiras, onde as mães, matronas avantajadas de corpo e solenes no tom escuro do vestuário, desempenham alí a obrigação de `olharem`pelas filhas ...

No meio do salão, um senhor de feição pletórica, grande laço de fita vermelha pendente do paletó, é o mestre-sala compenetrado das suas funções, junto a um botão de campainha elétrica dependurado no teto por um fio muito visível e balouçante.

Retine a campainha, os instrumentos ensaiam em arruidos descompassados o prenúncio de uma mazurca e o mestre-sala anuncia com voz grave: DAMENWAHL!

Os cavalheiros tiram as damas e, com espanto dos almofadinhas, os pares, embora sem graça, dançam com compostura, mantendo distância conveniente. Para darem nota, os moços-bonitos procuram adaptar a mazurca aos passos do maxixe, mas as senhoritas advertem, muito rubras: - Maxixe, não! mamãe não quer ...

Após o descanso habitual, a campainha retine novamente e o mestre-sala apregoa com melhores pulmões: DAMENWECHSEL!

Agora, são as damas que tiram os cavalheiros. Que diacho! Talvez a primeira manifestação do feminismo no Brasil foi expressado no Ideal-Clube de Petrópolis ... Sim, porque, afinal de contas, as moças também devem ter o direito de escolher com quem queiram dançar.

E ei-las agora, com pitoresco cumprimento de ligeira genuflexão diante dos cavalheiros, convidando-os a dançar. E para os homens, muita vez, deve ser de melhor agrado dançar nessas condições ...

Uma retumbante quadrilha, em que até as matronas e os velhos saídos do bufê tomam parte, encerra a noite de baile do Ideal-Clube.

No próximo encontro elegante da sociedade veranista, acontece muita vez ao `almofadinha` ouvir dos bios maliciosos do seu `flirt`:

- Sim senhor! soube pela minha criadinha que lábios maliciosos do seu `flirt`:

Além dos bailes, são passeios a cavalo, caça à raposa, excursões automobilísticas pela União e Indústria e os pique-niques no Poço do Imperador e nas piscinas particulares.

Os banhos são sensacionais. O Poço do Imperador, principalmente, é visitado por verdadeiras caravanas, cujos componentes participam dos mexericos em grande alacridade, até se ouvir a sujestão: - Vamos cair na água?

- Eu, fulano e beltrano trouxemos roupa de banho. E os outros?

- Não precisam. A roupa branca, mesmo, serve.

E logo depois é uma alegria, os corpos que se debatem no lindo poço natural escondido pelo bosque. Maçãs são jogadas dentro da água, em aposta, para ver quem primeiro consegue mordê-las sem lhes tocar com a mão ...

E para que os concorrentes se interessem pela brincadeira em atropelo e com malícia, as frutas servem de pretexto, uma a uma.

O frio, como reação de lonço tempo naquele meio, força a retirada. Dois moços, antecipando-se, sobem pelas pedras, em busca das roupas, na curva da picada:

- Você reparou como a Silvia tem as pernas peladinhas?

- É porque ela passa gilete, sabia? E reparando:

- Olha o espertalhão do Fernando como está trepado naquela árvore, quietinho, aguardando o momento das moças mudarem a roupa ...

A cavalgada até Cascatinha leva algumas parelhas de belos animais e os cavaleiros de ambos os sexos estão no rigor da exigida indumentária.

O sol da manhã espalha delicados matizes pelo caminho, Westphalia afora, naquelas paisagens que encantaram Batista da Costa.

Mas os cavaleiros seguem absorvidos por outros motivos:

- Acaba de se verificar o primeiro escândalo deste verão.

- Com quem? como foi?

- A velha condessa de Agua Branca carregou ante-ontem à noite para sua residência, nada menos de cinco rapazes. E para atraí-los, convidou aquela lourinha do Hotel Magestic, aproveitando a ausência do marido, preso no Rio por afazeres.

E daí?

- Fez música, serviu bombons, depois champanhe, depois cocaína e por fim ... o escândalo!

- Chi! que horror! E o marido não soube?

- Se soube! ontem mesmo, houve movimento de bagagem no hotel e dizem que desceu com a mulher para o Rio, num trem da tarde ..."

(A Cidade Imperial – Sociedade de Verão – acervo GKF)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012




GRUPOS DE DANÇAS FOLCLÓRICAS DE PETRÓPOLIS


1. G.F.G. BERGSTADT: primeiro grupo de danças folclóricas criado em Petrópolis, seu nome significa Cidade das Montanhas, em homenagem à própria Cidade. O "Berg", como é carinhosamente chamado, tem como objetivo resgatar hábitos e costumes alemães trazidos por antepassados, cultivando a música e a dança folclórica como expressão cultural desse povo. No estandarte do grupo está a Catedral de São Pedro de Alcântara vista da Avenida Koeler;

2. BAUERNGRUPPE DANÇAS FOLCLÓRICAS ALEMÃS DE PETRÓPOLIS: apresenta danças folclóricas com repertório variado, repleto de coreografias alegres, incluindo as regiões da Baviera, Floresta Negra e Pomerânia. O Grupo Camponês faz menção à tradicional Bauernfest, festa típica alemã que acontece todos os anos em Petrópolis, no mês de julho;

3. G.D.F.A. RHEINLAND PFALZ: tem como símbolo o brasão do estado Rheinland Pfalz (oeste da Alemanha), local de onde partiram os primeiros colonizadores, fazendo uma homenagem àqueles que trabalharam no projeto urbanístico de Petrópolis, desenvolvido pelo engenheiro Major Júlio Frederico Koeler;

4. BLUMENBERG VOLKSTANZ: o maior grupo folclórico da Cidade, com quatro categorias e aproximadamente 60 integrantes. Em seu estandarte, estão presentes a Ponte Vermelha e as Hortênsias, ícones petropolitanos, além de leões coroados e armados em vermelho e a Águia Prussiana, símbolos tipicamente germânicos, que fazem referência aos colonizadores. Na bandeira, ainda estão as imagens da coroa imperial e o dragão, representando o fundador da cidade, o imperador Dom Pedro II;

5. KAISERSTADT KULTURKREIS: fundado em fevereiro de 1997, foi estruturado como um Centro Cultural para abranger manifestações culturais, como dança, canto, culinária e idiomas. É formado por duas categorias, infanto-juvenil (dos 6 aos 12 anos) e adulta (a partir dos 13 anos). Possui trajes inspirados nas culturas alemã e austríaca;

6. TRIER VOLKSTANZGRUPPE: fundado em 2000, foi originalmente batizado como Clube 29 de Junho Amigo da Escola São Judas Tadeu. Em 2010, passou a ser conhecido como Trier Volkstanzgruppe, mantendo os costumes e tradições folclóricas e divulgando-os através da dança. Conta com aproximadamente 40 integrantes, divididos em duas categorias, infantil e adulta, que se destacam por suas danças alegres;

7. MOSEL VOLKSTÄNZE: fundado em novembro de 1991, é dividido entre as categorias infantil e adulta. Com um repertório variado, repleto de coreografias alegres, apresenta as tradições da região Baviera;

8. KOBLENZ VOLKSTANZGRUPPE: fundado em agosto de 1998, representa a cidade de Koblenz, de onde veio a maioria dos colonos alemães que se estabeleceram em Petrópolis. O traje camponês faz referência à plantação da uva Riesling, que acontece às margens do Rio Reno, e é uma das principais fontes econômicas da região;

9. PETRÓPOLIS DANÇAS FOLCLÓRICAS: fundado em fevereiro de 1996, acumula mais de 400 apresentações, tendo recebido o título de utilidade pública em 2001. O seu propósito é realizar apresentações de danças internacionais de maneira alegre e vibrante, originadas de diversas etnias, por várias regiões do país.

(Museu Imperial - http://www.museuimperial.gov.br/)


Schweinefiletpfanne mit Champignons und Gurken

(Filé de porco na panela com cogumelos e pepinos)


A COMIDA DE NOSSOS ANTEPASSADOS ALEMÃES

"O 'Alltagsessen', a comida diária, sem ser variada, era, no entanto, farta. Feijão, arroz, carne, batata, aipim, salada, couve, eram elementos que sempre estavam presentes. 

'Sonntagsessen', a comida de domingo ou de festa, merece citação especial.

Os 'Schwatzebohne', feijão preto, era o prato infalível, diário, porque o trabalho duro, de sol a sol, exigia resistência que o feijão era capaz de dar. Ele era cozido no 'Bohnetippe', uma panela própria, que ia ao fogo logo de manhã. Depois da primeira fervura era preciso 'die Bohne abschite', mudar de água do feijão; juntava-se nova água e ele voltava ao fogo para continuar a fervura. Para evitar que 'die Bohne aanbrenne', o feijão pegasse no fundo, juntava-se sempre mais um pouco d’água. Mas o importante era manter o fogo forte, daí porque, durante toda manhã, a cozinheira tinha esse cuidado. Para cozinhar feijão usava-se 'gud Holz', lenha boa, de preferência 'camboin', cambuí; 'cetacavalle', açoita-cavalo; 'anschik', 'ode sonst gud Brennholz', ou outra madeira de lei. Nos fogões de pedra, que têm uma parte grande onde a lenha fica apoiada, usavam-se pedaços de madeira com quase um metro de comprimento. Era comum que minha avó materna, a 'Gustevovo', vovó Augusta, dissesse para quem estivesse mais próximo dela, quando ela estava ocupada com algum afazer, 'Schubmol das Holz...', empurre a lenha, isto é, levar o pedaço grande mais para dentro do fogão, mais para perto da panela.

Com o tempo, apareceram outras qualidades de feijão, cabendo destaque ao 'mulatinje', mulatinho, um feijão avermelhado. Esse feijão era muito do gosto das crianças, porque os grãos cresciam durante o cozimento e era bom comê-los inteiros. Explica-se. O feijão, depois de uma ou duas fervuras fortes, era socado com um socador de madeira de uns 30 centímetros de comprimento, uns 4 centímetros de diâmetro no cabo e um cabeçote na outra extremidade. Era o 'Bohnestambe'. Essa prática ajudava a amolecer o feijão e tornava-o mais cremoso. Conforme a preferência ou gosto das pessoas, juntava-se ao feijão tempero verde, cebola, toucinho, ou cozinhava-se nele uma costelinha de porco, o que lhe conferia um gosto espetacular. Quando esse era o caso, pela satisfação, a gente até anunciava isso: 'heit gibst Bohne mit Schweineripche', hoje teremos feijão com costelinha de porco.

O feijão também entrou para uma expressão folclórica. Quando alguém vinha de surpresa ou se anunciava como visita, tanto essa pessoa como alguém da casa diziam 'schiteme noch Wassa an die Bohne', vamos por mais água no feijão.

...

Que o feijão é 'prato de resistência', ouvi, um dia, no interior de Dois Irmãos, quando uma colona disse 'Bohne stope un halle widde', feijão enche e garante, ou, em linguagem melhor, feijão satisfaz e sustenta.

O colono também aprendeu em pouco tempo o uso da farinha de mandioca, que, juntada ao feijão, fazia um prato novo:
'ahngebridebohne', feijão mexido. A sobra do feijão mexido era frita, geralmente à noite, em pequenas porções, os 'Bohnekichelche', bolinhos de feijão.

'Das alde Bohnelied', a velha história, era uma expressão popular para se referir a um assunto já tratado várias vezes, ou quando alguém voltava a se queixar de alguma coisa, depois de tantas e tantas vezes já tê-lo feito.

'Sonntagsessen', a comida de domingos. E de dias festivos, especialmente Kerb; Schitzefest, Festa dos Atiradores; Weihnachte, Natal; Ostere, Páscoa; Konfirmation, Confirmação, ou outro evento social marcante. O que caracteriza esse 'Essen', comida, é o grande número de pratos e repetição de seu valor nutritivo, coisa absolutamente não cogitada.

Reis, arroz; Nudele, massa; Catofele, batata inglesa; Prodefleisch, assado de res; Schweineprode, assado de porco; Sauerkraut, chucrute; gefilde Hingele, galinha recheada; Fleischkuche, 'pão de carne'; Salat, salada de alface; Catofelsalat, salada de batata; Retische, rabanetes; Cumere, pepinos, formavam o cardápio que hoje é conhecido por 'Comida Colonial', tão ao gosto do homem da cidade, acostumado ou farto dos artificialismos culinários tipo lancheria, onde molhos, maioneses e mostardas se parecem com subprodutos do petróleo...

As carnes tinham a seu favor o fato de serem assados no 'Backofe', forno de pão, que, sabidamente, produz um assado uniforme em todas as direções, valorizando a carne. E referência especial deve ser feita às 'gefildene Hingele', galinhas recheadas. O gosto pelo bom preparo do recheio onde o tempero verde abundava, derivava, também, do fato de as galinhas serem criadas soltas. Galinhas que apanhavam muito sol, comiam muito verde, ervas e capim o dia todo. Elas, sem dúvida, tinham melhor sabor do que os produtos de aviários, hoje. E o molho de galinha ou de outros assados, na forma, era uma tentação: 'Prodtunge', molhar o pão no molho e comê-lo! Céus! que gostosura! E lembro Casemiro de Abreu: Oh! que saudades que eu tenho da infância da minha vida...

Quando se fala em comida, não se deve esquecer o pão e a schmier (chimia). E para passar por cima da Schmier nada melhor do que a 'Keeschmia, requeijão ou Quark.

Essa gostosura, a 'Keeschmia' se faz assim:

Deixar azedar o leite. Depois de azedo, o que na colônia se chama 'dickmilch', leite 'grosso', ele torna-se consistente e cria uma água amarelada, o soro. Derramar tudo dentro de um saquinho de pano, e pendurar para escorrer o soro. Depois retirar a massa, colocar em vasilha, misturar um pouco de sal e mexer bem até ficar cremoso.

Na verdade, há muito tempo desejo saber o que ainda hoje nós 'comemos aqui, da Alemanha'? Provavelmente, muitas senhoras já se fizeram essa mesma pergunta. Ou, pelo menos, perguntaram aos seus botões: quem inventou a 'Riwwelesupp', sopa de 'massa ralada'; de quem vem a 'Eierschmier', Schmier de ovos; ou 'Klees', bolos de farinha cozida?

Resolvi recorrer ao Hunsrück donde vieram os nossos antepassados na maioria.

A sra. Ursel Keller, viúva do historiador do Hunsrück, Hansheinz Keller, atendeu o meu pedido e enviou-me 'Das Kochbuch von der Mosel' (Von Trier bis Koblenz) de Gisela Allkemper, O livro da cozinha do Mosela (de Trier até Koblenz) de Gisela Allkemper; 'Das Kochbuch aus dem Saarland', da mesma autora, O livro da cozinha do Sarre; 'Das Kochbuch aus der Eifel'de Trude Stein, O livro da cozinha do Eifel, de Trude Stein, todos do Verlag Wolfgang Hölker, de Münster, República Federal da Alemanha. A própria Editora enviou-me, em seguida, 'Das Kochbuch aus der Pfalz', 'o Livro da Cozinha do Palatinado' de Marie Louise Weiss.

Jamais esquecerei a hora em que abri os livros e comecei a ler: 'Eierschmier', 'Riebelesuppe', 'Klees', 'Grumbeeresupp', 'Schneeballen' e tantos outros nomes conhecidos entre nós. Em outras palavras: ainda hoje comemos aqui o que na Alemanha também se come há dezenas e talvez centenas de anos!

A esta altura, devo dizer que o assunto 'comida' já esteve na mira várias vezes, mormente para saber se alguns pratos de nossa colônia eram 'alemães' ou eram 'nossos'. Ora, como explicar a 'Riwwelesupp', sopa de massa ralada, em toda a zona dos Hunsrücker, dos provenientes dessa região alemã? Poderia uma receita 'nossa', invenção de alguma cozinheira criativa da 'Haatzpikad', Picada Hartz; da 'Achtunvätzig', da Picada 48; da 'Fictori', da Feitoria Velha, ter tido tamanha aceitação a ponto de ser encontrada, ontem como hoje, em todos os municípios da antiga 'Colônia Alemã de São Leopoldo'? Mais: era comum que as cozinheiras, ao terem elogiado um prato seu, dissessem 'das hat die Vovo schun so gemacht', a minha avó já fazia assim esse prato. Donde se depreende que o tal prato já era conhecido, pelo menos, há mais de 50 anos, pois se trata de três gerações: a cozinheira, sua mãe e sua avó. Dito isso lá pela década de trinta ou quarenta, voltamos, tranqüilamente, ao século passado. E como as comunicações, à época, eram mínimas, fica a pergunta: como a tal receita acabou por espalhar-se por toda a Colônia?

Agora com os livros citados, a pergunta encontra sua resposta: ela era comum na Alemanha, já no século passado, sendo trasladada com os imigrantes. Como todos os livros trazem a anotação 'Gesammelt und aufgeschrieben', recolhidas, colecionadas e anotadas, depreende-se que as autoras, fizeram uma 'pesquisa de campo', percorrendo as vilas, consultando os “Bauern”, colonos, até chegarem ao farto material que produziu os livros com mais de 125 páginas cada um.

Mas o que fazer com as receitas se os livros trazem claramente 'Alle Rechte vorbehalten', todos os direitos reservados? Só havia um caminho: escrever ao Verlag Wolfgang Hölker, Editora Wolfgang Hölker, em Münster, a quem eu disse das razões do livro em vista dos 160 anos de imigração, em 1984.

Em 13 de janeiro, a resposta dizia '... wir haben uns über Ihren Brief aus dem fernen Brasilien sehr gefreut. Es ist schon ein besonders schöner Gedanke, dass wir mit unserem Kochbuchprogramm wirklich' in der weiten Welt'vertreten sind. Die Reaktionen vieler Deutscher im Ausland zeigen es uns.

'Gern erteilen wir Ihnen die Erlaubnis zur Übernahme einzelner Rezepte aus unseren Büchern in Ihre Publikation. So dürfen wir einen kleinen Beitrag dazu leisten, dass Sie alle ein kleines Stückchen Ihrer Heimat darin wiederfinden'. Tradução: ...nós nos alegramos muito com sua carta do longínquo Brasil. É algo muito bonito que nós, através de nossa programação de livros de receitas, estejamos presentes pelo mundo a fora. As reações de muitos alemães nos provam isso.

De muito bom grado lhe damos a licença para transcrever algumas receitas de nossos livros na publicação que o senhor fará. Assim nós podemos dar pequena contribuição para que todos vocês reencontrem um pedacinho da pátria”. Logicamente, pensa a Editora, pátria de onde provieram os imigrantes de cuja culinária se fala.

Resta, pois, penetrar nos livros e apostar no sucesso das receitas.

Do 'Das Kochbuch aus der Pfalz' logo aprendemos que comer é um dos grandes prazeres da vida, pois lá se diz 'Wann nur mei Buckel aach noch Bauch wär', que bom se minhas costas também fossem barriga, ante uma mesa farta. Da mesma forma eles reconhecem o direito a uma boa mesa a todos que trabalham duro, como era o caso dos colonos locais. Assim, 'Wer Schaffe dut, soll aach esse un drinke', quem trabalha também deve comer e beber. Outra afirmação sobre os moradores de Pfalz, Palatinado, é que eles têm 'ein siesser Schnawwel', uma boca doce, isto é, apreciam os doces, pela quantidade de pratos com tal característica.

(Telmo Lauro Müller -http://www2.brasilalemanha.com.br/cozinha_alema.htm)
A SUBIDA DA SERRA DA ESTRELA ANTES DA FUNDAÇÃO DE PETRÓPOLIS (I)

"A Serra da Estrela, onde se encontra Petrópolis, era praticamente desconhecida pelos colonizadores portugueses nos primeiros 200 anos de colonização, salvo por alguma expedição exploratória para tomar posse de sesmarias. Isso, por causa do enorme paredão montanhoso de mais de 1000m de altura que tinha que ser vencido para se chegar até lá; e, também, pela presença dos bravios índios Coroados que habitavam serra acima. Ali não havia atividade econômica. Somente quando os bandeirantes paulistas descobriram ouro nas Minas Gerais é que foi aberto o Caminho Novo, em 1704, para facilitar a viagem até as vilas mineradoras. O caminho era 'novo' porque havia um outro, o 'velho', desde meados dos anos 1600, muito longo e de difícil trânsito, aberto pelos próprios bandeirantes, constituído de trilhas e picadas até as minas de ouro.

É impossível pensar Petrópolis, Juiz de Fora, Barbacena, São João Del Rei e Ouro Preto sem antes pensar o Caminho Novo. Também não dá para entender Petrópolis sem a subida da Serra Velha, por onde vieram os nossos pioneiros colonizadores. Conhecer esses caminhos é conhecer 300 anos da nossa história, que começou em 1724 quando Bernardo Soares de Proença abriu a variante do Caminho Novo, passando pelo alto da serra onde hoje está nossa cidade".

(http://fctp.petropolis.rj.gov.br/fctp/modules/mastop_publish/print.php?tac=Antecedentes_%E0_Funda%E7%E3o)
ANTIGOS CAMINHOS PARA A FAZENDA DO CÓRREGO SECO, FUTURA IMPERIAL COLÔNIA DE PETRÓPOLIS - DADOS E ITINERÁRIOS DO CAMINHO VELHO, DO CAMINHO NOVO E DA VARIANTE DO CAMINHO NOVO (RESUMO)

1. CAMINHO VELHO:

a) data de fundação e autoria: meados de 1600 - bandeirantes;

b) itinerário:

b.1) de São Paulo: Piratiniga > Taubaté > subida da Serra da Mantiqueira > São João del Rey > Vila Rica (Ouro Preto) > Caetés > Sabará > extensões para Tijuco (Diamantina) > Jaguará > Fazenda Meia Ponte (Pirenópolis);

b.2) do Rio de Janeiro: barco até Paraty > subida e descida da Serra do Mar até Taubaté > Caminho Velho;

c) tempo de viagema partir do Rio de Janeiro: 99 dias, 43 a pé ou a cavalo;

2. CAMINHO NOVO:

a) data de fundação e autoria: 1704 - Garcia Rodrigues;

b) itinerário: porto do Rio Pilar, aos fundos da Baía de Guanabara > subida da Serra do Mar na altura de Xerém > Marco da Costa > Paty do Alferes > Paraíba do Sul > Juiz de Fora > Barbacena;

c) tempo de viagem: 20 a 30 dias (1/3 de redução do Caminho Velho);

3. VARIANTE DO CAMINHO NOVO (CAMINHO DO PROENÇA OU CAMINHO DE INHOMIRIM):

a) data de fundação e autoria: 1724 - Bernardo Soares Proença;

b) itinerário: Porto da Estrela no fundo da Baía da Guanabara (atual Praia de Mauá) > rio Inhomirim > Serra da Estrela (Serra Velha) > Alto da Serra > Rua Tereza > Fazenda Córrego Seco (atualmente Edifício Pio XII na Rua Marechal Deodoro) > Estação de Transbordo Imperatriz Leopoldina (antiga Estação Ferroviária com o mesmo nome) > Rua Silva Jardim > Quissamã > Estrada Mineira > Distrito de Correias > Distrito de Pedro do Rio > Secretário > Freguesia de Santana de Cebolas (atual Distrito de Inconfidência, em Paraíba do Sul) > Caminho Novo em Paraíba do Sul;

c) tempo de viagem: apenas 10 dias.

CONCLUSÃO: Deve-se a Bernardo Proença a existência de Petrópolis, pois,

"se ele não tivesse aberto a Variante do Caminho Novo passando pelo Córrego Seco, todo o desenvolvimento da nossa região teria acontecido no eixo Xerém-Paty do Alferes-Miguel Pereira-Paraíba do Sul, que era o traçado original daquela via feita por Garcia Rodrigues Paes",

e "foi por ela que, em 1827, Dom Pedro I levou sua filha princesa Dona Paula, de sete anos, muito doente, para se recuperar em Correias, onde acabou comprando a fazenda do Córrego Seco. Doze anos depois seu filho Dom Pedro II fundaria no local a cidade de Petrópolis. Não fosse a variante, Pedro I teria levado a sua filha para Miguel Pereira ou Paty do Alferes, que também têm ótimo clima e ficavam no caminho da antiga subida do Caminho Novo por Xerém".

(http://fctp.petropolis.rj.gov.br/fctp/modules/mastop_publish/print.php?tac=Antecedentes_%E0_Funda%E7%E3o ehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_do_Proen%C3%A7a)